terça-feira, 1 de abril de 2008

silêncio


quantos cantos nessa casa, quanto silêncio, quanta ordem... rotina, só algumas poucas: o inevitável me esperar miandourrando na porta, fazendo charminho apenas para a captura não ser tão óbvia... o vir pro colo já no estágio máximo de ronronação, olhinhos semifechados ou semi abertos, sei lá!, carinha de deleite e toda a confiança de continuar nas mãos em que literalmente você nasceu... ou a rotina de dormir tendo um montinho laranja de pêlos se esparramando em mim leeentamente... e as rotinas param por aí... já sinto saudade das acrobacias nas janelas, dos saltos estranhos, dos miados desafinados e sem sentido, dos ataques a qualquer papel que se movimente num raio de 30 quilômetros, das chuvas de cotonetes no banheiro e outras tantas surpresonas e surpresinhas cotidianas, as saborosíssimas surpresinhas que adoçavam os dias pesados ou com gosto de ontem ou com cheiro de nunca. e o infalível detector de bad moods e bad moves, com o qual todos os bichanos já vêm equipados? o seu vinha com o adicional humor e calor. 'chaveirinho', as duas criaturas - humana e felina - mais 'masculinizadas, secas, duras, avessas a carinho, sistemáticas, independentonas, frias, distantes' que conheço estão aqui sentindo falta da sua cor, do seu calor, bichano-sol de olhinhos dourados... névoa, encabulada, tristonha, murchinha... velhinha... encolheu e desalegreceu... laranjinha, mande pra nós um pouquinho mais de sua cor e seu calor, nós duas precisamos muito, a preta e branca e a furta-cor

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