domingo, 15 de junho de 2008

para uma menina com(o) uma flor

Essa foi para Serpentina, num dia de fúria...

Parafraseando o Poetinha, porque você é
uma menina que é uma flor e tem um andar de pin-up bipolar andaluz prestes a interromper 'la corrida'; e porque você dirige xingando e conversa cantando; e porque você é um tango argentino - bossa nova - nouvelle vague - samba em prelúdio (Hay que bailar de nuevo!); e porque você é roja e alvinegra e tem risos de dentes roxos; e porque você é docinho, lindinha, florzinha e bittersweet, tudo ao mesmo tempo agora; e porque você é uma menina que é uma flor e cativou nossos corações e adora sorvete (tem sabor frutinhas irlandesas, seu moço?), eu lhe peço que nos sagre suas Constantes e Fiéis Companheiras! E como sou assumida larápia de palavras alheias (e "palavras nunca mudam de idéia', diria A. Falcão), para disfarçar o gosto amarelo desse dia, te entrego as umas cores furtadas hoje, esKARLAte.

vermelho carMIM - inquebrável

Não me tomes como ingênua, nem como ignorante na vivência mundana dada a juventude estampada em minha face e em minha carne ainda fresca. Não me tomes como incapaz de perceber que sou um incômodo diante do peso [da falta] dos anos sobre seus ombros. Não me tomes como a donzela indefesa que não pode dar sua cara a tapa, não é capaz de ditar o rumo da sua vida e nem sequer sabe o que está a fazer. Não me tomes como estúpida, fútil ou volúvel, pois as máscaras foram criadas sem preconceitos para que qualquer um possa usá-las, independente do que escondem por baixo. Não me tomes como passível de desculpas inventadas, de mentiras, de falsidade, de promessas vãs e de ser enganada como criança tola. Não me tomes como pura, fraca, delicada, frágil e insuficiente nas minhas idéias e ideais, pois as bases que formam a suavidade do diamante são inquebráveis diante de qualquer força bruta, e embora possa ser lapidado sua estrutura permanece a mesma. Não me tomes como um infante mimado, como a beleza superficial dos primeiros anos, nem sequer a efemeridade das paixões humanas, pois criada e estabelecida sob a sorte dos signos sou acalentada pela certeza da eternidade fugaz da realidade insustentável aos seus olhos. (furtado de maBlog - http://diariodeimpressoes.blogspot.com/2006/10/no-me-tomes.html)

vermelho esKARLAte - irremediável

Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal-resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo e não estou aqui pra que vocês gostem de mim, mas pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho e seduzir somente o que me acrescenta. Tenho uma relação de amor com a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar.... Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos: são eles que me dão a dimensão do que sou. [...] Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa (como dizia Clarice Lispector). Se eu pudesse me resumir, diria que sou irremediável! (furtado de Marla de Queiroz - http://doidademarluquices.blogspot.com/2006_03_01_archive.html)

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