segunda-feira, 29 de março de 2010

A 3D Exploration of Picasso's Guernica



CREATED BY
Lena Gieseke

MUSIC
Nana by Manuel de Falla
Performed by
Christopher Johns — Cello
Matthew Anderson — Guitar

quinta-feira, 25 de março de 2010

Parabéns Massa Atleticana! Galo 102 anos

Ser atleticano

Se houver uma camisa branca e preta
pendurada no varal durante
uma tempestade,
o atleticano torce contra o vento.


Ah, o que é ser atleticano?
É uma doença?
Doidivana paixão?
Uma religião pagã?
Bênção dos céus?
É a sorte grande?
O primeiro e único mandamento do atleticano é
ser fiel e amar o Galo sobre todas as coisas.
Daí, que a bandeira atleticanacheira a tudo neste mundo.
Cheira ao suor da mulher amada.
Cheira a lágrimas.
Cheira a grito de gol.
Cheira a dor.
Cheira a festa e a alegria.
Cheira até mesmo perfume francês.
Só não cheira a naftalina,
pois nunca conhece o fundo do baú,
trêmula ao vento.
A gente muda de tudo na vida.
Muda de cidade.
Muda de roupa.
Muda de partido político.
Muda de religião.
Muda de costumes.
Até de amor a gente muda.
A gente só não muda de time,
quando ele é uma tatuagem com a iniciais CAM,
do Clube Atlético Mineiro, gravada no coração.
É um amor cego e têm a cegueira da paixão.
Já vi o atleticano agir diante do clube amado
com o desespero e a fúria dos apaixonados.
Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar:
- Nunca mais torço pelo Galo!
Já vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida,
eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar,
como os amantes fazer com o retrato da amada.
Que mistério tem o Atlético que,
às vezes, parece que ele é gente?
Que a gente associa às pessoas da família
(pai, mãe, irmão, tio, prima)?
Que a gente o confunde com a alegria
que vem da mulher amada?
Que mistério tem o Atlético
que a gente confunde com uma religião?
Que a gente sente vontade de rezar
"Ave Atlético, cheio de graça?"
Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé?
Que mistério tem o Atlético que, à simples presença
de sua camisa branca e preta,um milagre se opera?
Que se tudo se transfigura num mar branco e preto?
Ser atleticano é um querer bem.
É uma ideologia.
Não me perguntem se eu sou de esquerda ou de direita.
Acima de tudo, sou atleticano e,
nesse amor, pertenço ao maior partido político que existe:
o Partido do Clube Atlético Mineiro, o PCAM,
onde cabem homens, mulheres, jovens, crianças.
Diante do Atlético todos são iguais:
o bancário pode tanto quanto o banqueiro,
o operário vale tanto quanto o industrial.
Toda manhã, quando acordo, eu rezo:

obrigado, Senhor,
por me ter dado a sorte de torcer pelo Atlético.

Roberto Drummond